A expectativa é gigante. A contagem regressiva para a estreia que marca o retorno de Walter Salles às telonas já começou. “Ainda Estou Aqui” chega aos cinemas brasileiros no dia 7 de novembro.
O filme foi indicado pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA) para representar o Brasil na disputa do Oscar 2025. Desde que foi exibido pela primeira vez no Festival de Veneza, em setembro — onde venceu o prêmio de melhor roteiro —, ele nos faz sonhar com o prêmio inédito em Hollywood.
Ao ler pela manhã o texto de Thiago Stivaletti no jornal Folha de S. Paulo, chego a pensar que essa conquista é mais que possível. Não só pela opinião do colunista, que afirma: “Pela primeira vez em 20 anos, temos chances reais de um Oscar!”, mas também pelo fato de que, este ano, a concorrência na categoria é menor, sem grandes surpresas.
Outra boa notícia é que, além do filme, Fernanda Torres pode concorrer ao prêmio de Melhor Atriz. Ironicamente, assim como aconteceu há 25 anos com sua mãe, Fernanda Montenegro, em “Central do Brasil” — também dirigido por Walter Salles —, a atriz tem grandes chances de ser indicada. Ela interpreta Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, engenheiro e ex-deputado sequestrado durante a Ditadura Militar e que nunca mais foi visto. A atuação de Torres é uma das mais elogiadas do ano.
Selton Mello, na minha opinião um dos maiores gênios do cinema brasileiro na atualidade, interpreta o ex-deputado Rubens Paiva, pai do escritor Marcelo Rubens Paiva e marido de Eunice, morto durante a ditadura militar no Brasil.
Com esse elenco de peso e a direção de Walter Salles, eleito pelo jornal The Guardian como um dos 40 melhores diretores do mundo, “Ainda Estou Aqui” tem tudo para ser um daqueles filmes que carregamos na memória por toda a vida. Se a história por si só já não bastasse, há ainda uma série de ‘coincidências’ por trás dessa obra, que uniu mais do que um elenco — uniu vidas e histórias que se cruzam em um determinado instante no tempo, o que me leva a acreditar que o filme já existia antes mesmo de ser criado.
Sobre o filme
A trama é uma adaptação da história autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva. Ela nos guia pelo período após o desaparecimento de Rubens Paiva, retratando a perseguição enfrentada pela família e a luta interna de Eunice, determinada a manter o bem-estar de seus filhos enquanto busca respostas para o sumiço do marido. Essa angústia, mesclada à perspectiva suave que Eunice tenta passar aos filhos, aproxima o espectador de uma dor incômoda. Sem artifícios, a sensação de perda que a narrativa provoca é profunda, causando aperto e reflexão. É difícil sair ileso. Impossível não pensar.
Brasil no Oscar
- O Pagador de Promessas (1963) foi indicado a Melhor Filme Internacional;
- O Quatrilho (1996) foi indicado a Melhor Filme Internacional;
- O Que É Isso, Companheiro? (1998) foi indicado a Melhor Filme Internacional;
- Central do Brasil (1999) foi indicado a Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, com Fernanda Montenegro concorrendo;
- Uma História de Futebol (2001) foi indicado a Melhor Curta-metragem em Live-action;
- Cidade de Deus (2004) teve indicações em várias categorias, incluindo Melhor Diretor;
- O Menino e o Mundo (2016) foi indicado a Melhor Filme de Animação;
- Democracia em Vertigem (2020) foi indicado na categoria de Melhor Documentário.
Excelente!!